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Produção #V910 - Episódio 10


ESCRITO POR
Susanne Beck


DIRIGIDO POR
Denise Byrd


PRODUZIDO POR
C
arol Stephens

IMAGENS DAS CENAS
Judi Mair


TRABALHO ARTÍSTICO
Lucia


GRÁFICO TÍTULO DO EPISÓDIO
MaryD

TRADUZIDO POR
Chris Burle



PRÓLOGO

 

FADE IN:

 

CENA EXT. CIDADE - COMEÇO DA NOITE 

 

A noite está se arrastando rapidamente sobre a cidade de Lemonas, mas, para seus residentes, a vinda da escuridão abriga de longe menos inquietação do que a situação desagradável na qual eles agora se encontram. Meses de seca foram finalmente quebrados por uma maciça tempestade cujos raios, tocando a palha seca inflamável dos telhados de colmo, acendeu um inferno. 

 

Homens, mulheres, e até crianças correm com baldes de água e se ajuntam em uma frenética tentativa de apagar o fogo antes que ele destrua sua cidade e tudo dentro dela, incluindo o largo estábulo e o maciço armazém-reservatório de grãos que fica a leste.

 

Xena e Gabrielle, levadas pela fumaça e gritos, se prontificaram a ajudar. Xena está com uma mão estável ajudando a tirar os cavalos em pânico dos seus abrigos em chama, enquanto do outro lado da cidade Gabrielle está no topo do telhado da estalagem do vilarejo, molhando-o para prevenir que o fogo se espalhe.

 

De sua posição no telhado, Gabrielle pode ver uma jovem mulher correndo de um lado para o outro, puxando o cabelo e gritando. Ela não consegue decifrar o que ela diz, mas sabe que a mulher está com problemas. 

 

GABRIELLE

Segure isto!


Entregando seu balde de água para um homem de meia idade, ela alcança a escada e rapidamente desliza para baixo. Correndo até a mulher, Gabrielle gentilmente agarra o cotovelo dela e gira a MULHER de frente para ela.

 

GABRIELLE

(continua)

O que é? O que há de errado?

 

MULHER

Meu bebê!  Oh,

por favor… meu bebê!

 

Gabrielle olha em volta, mas não vê nenhuma jovem criança na área.

 

GABRIELLE

Onde ela está?

 

 

MULHER

Eu... nossa casa… pegou fogo e

eu… eu só a pus no chão por um

minuto! Ela teve ter ido de volta

para dentro, e eu... não posso...

Por favor! Ajude-me! Meu bebê!!

 

Virando-se na direção do estábulo, Gabrielle varre a área com os olhos, procurando por Xena. Ela finalmente a localiza lidando com dois cavalos empinados que ameaçam debandar pela cidade. Ela se volta para a mulher perturbada.

 

GABRIELLE

Tudo bem, eu lhe ajudarei a

pegar sua filha. Venha e me

mostre onde ela está.

 

A mulher se vira e corre na direção da beirada oeste da cidade, com Gabrielle junto a seus calcanhares.

 

CORTA PARA:

 

CENA EXT. CASA - NOITE

 

O telhado da pequena cabana está quase inteiramente mergulhado em chamas. Olhando para dentro através da pequena janela sem venezianas, Gabrielle pode ver o fogo lambendo desde o chão subindo pelas paredes. Ela pode também ouvir bem distintamente o choro de uma criança pequena apesar do rumor das chamas e das lamentações da mulher. Rangendo os dentes, Gabrielle se vira na direção da mulher.

 

GABRIELLE

(continua)

Seu xale.

 

 

MULHER

Meu o quê?

 

GABRIELLE

Seu xale. Preciso dele.

 

Com movimentos lentos e sem compreender, a mulher desenrola o xale de seus ombros estreitos e o entrega.

 

GABRIELLE

(continua)

Obrigada!

 

Estendendo-se, ela alcança um balde de água de um homem que passava e mergulha o xale nele até que esteja encharcado. Então, retirando-o da água, ela cobre a cabeça com ele e dá um sorriso fechado para a mulher.

 

GABRIELLE

(continua)

Deseje-me sorte.

 

Com um último olhar na direção os estábulos e de Xena, ela corre para dentro da casa, descuidada do perigo que a circunda.

 

CORTA PARA:

 

CENA INT. CASA - NOITE

 

De xale enrolado sobre a cabeça e ombros, Gabrielle entra na casa correndo. O calor está sobrepujante, e a fumaça a faz sufocar e levar uma ponta do denso xale sobre sua boca e nariz. Ouvindo cuidadosamente, ela detecta o som do choro sufocado da criança e se dirige a aquela direção, segurando uma mão na frente de si para navegar entre a densa fumaça. Uma brasa acesa cai em seu antebraço e ela a golpeia para fora com um pequeno grito de dor. Ainda assim, ela continua.

 

Em um minúsculo aposento no canto sul da cabana, ela encontra a criança; é uma jovem garota de não mais que três anos. Puxando o xale de seu rosto, ela dá para a garota o mais brilhante sorriso.

 

GABRIELLE

(continua)

Oi, docinho. Preciso que

você venha comigo, okei?

Sua mãe está esperando

por você bem ali fora.

 

A garota dá um passo incerto na direção da loira estranha. Uma pilha de colmo em chamas cai pelo teto, e a criança grita e sai correndo mais para dentro do pequeno aposento. Ela se agacha num canto, sufocando.

 

Batendo para fora a palha em chamas com seu xale, Gabrielle avança para dentro do aposento e reúne a soluçante criança em seus braços. Ela então faz seu caminho para fora do aposento e em direção da porta. 

 

Na mesma hora, uma larga viga de suporte do telhado cai com um estrépido no chão, bloqueando o caminho delas até a porta em um muro de fogo. A garota grita novamente quando Gabrielle se arremessa para trás, evitando por pouco de ser severamente queimada. Tentando desesperadamente acalmar a criança que se retorce freneticamente, Gabrielle olha em volta procurando por outra via de escape

 

Ela não encontra nenhuma.

 

Repentinamente, o fogo sibila quando vários baldes de água são jogados nele, mas ele brada para cima tão rapidamente quanto, parecendo mais alto e mais feroz que antes. Um sorriso então se espalha sobre seu rosto quando um formigamento em suas entranhas anuncia um grito de guerra mais precioso para ela do que qualquer jóia. 

 

Um segundo depois, Xena está voando através das chamas. Atingindo o chão, ela se enrola, gira, e salta de pé. 

 

XENA

Não conseguiu esperar para se

meter em alguma encrenca, né?

 

 

GABRIELLE

(alegremente)

Bem, você me conhece.

Sempre alerta por aventuras.

 

XENA

Hum.

 

Agarrando a criança dos braços de Gabrielle, Xena espera até as chamas estarem temporariamente extintas por vários mais baldes cheios de água. Com um suave grunhido, ela atira a criança entre a dissipante fumaça para dentro dos braços de um homem com o casaco coberto de fuligem que aguardava parado onde costumava ser a porta.

 

O resto do teto escolhe esse exato momento para cair em torno delas, derrubando ambas ao chão. Gabrielle aterrissa em cima das costas de Xena, seu corpo cobrindo o máximo de sua parceira que ela pode. O xale encharcado protege a parte de cima de suas costas e cabeça das brasas caindo, embora suas pernas sejam atingidas liberadamente com pedaços de palha em chamas. Quando ela sente que a chuva de fogo começa a findar, ela rapidamente gira para fora de Xena e olha para baixo com seu rosto coberto de fuligem.

 

GABRIELLE

Tudo bem com você?

 

 

XENA

(sorrindo falsamente)

Formidável. Ajude-me a tirar essa

viga das minhas pernas, 'tá?

 

Com um suave grito, Gabrielle fica com dificuldade de pé e, lançando fora seu xale, o envolve em torno de uma ponta da viga esfumaçante. Curvando suas pernas, ela coloca toda a força no levantamento. A viga se move, mas não o suficiente para libertar as pernas presas de Xena.

 

XENA

(continua)

Espere um minuto. Deixe-me ajudar.

Pronta? Um… dois… três!

 

Juntas, elas dragam para cima a força necessária para mover a viga das pernas de Xena. Xena se vira sobre as costas, aliviada.

 

GABRIELLE

Espere um segundo. Há algo

quebrado? Pode movê-las?

 

XENA

Estou bem.

 

Para provar isso, ela gira em seus joelhos e se levanta. O fogo ainda está ardendo por tudo em torno delas apesar das grandes quantidades de água que estão sendo atiradas nele.

 

GABRIELLE

E agora?

 

Xena ergue os olhos para onde o teto esteve alguns momentos antes. Ela dá um sorriso perverso para Gabrielle.

 

XENA

Pronta?

 

GABRIELLE

De alguma forma, eu simplesmente

sabia que essa seria a sua escolha.

 

XENA

É isso o eu ganho por ser

previsível. Segure-se!

 

Com seu grito de guerra, Xena salta ambas direto para cima através do buraco do telhado, se arremessa e as aterrissa com segurança no chão. Ela grunhe suavemente quando suas pernas contundidas absorvem o choque da aterrissagem, e Gabrielle se afasta lhe dando um olhar ríspido.

 

GABRIELLE

Formidável, hein?

 

XENA

Vou sobreviver.

 

 

GABRIELLE

O júri ainda está

fora nessa questão.

 

CORTA PARA:

 

CENA EXT. ACAMPAMENTO - NOITE

 

O fogo foi combatido com sucesso sem nenhuma perda de vida. Devido ao desalento dos agradecidos cidadãos, Xena e Gabrielle escolheram acampar a uma curta distância do vilarejo para alguma tão-necessária privacidade.

 

Gabrielle, com suas queimaduras menores tratadas e cobertas, agora se concentra nas contusõe e queimaduras de sua parceira. Amarrando a última tira na parte de cima da coxa de Xena, quase junto a seus couros, ela sorri para ela e lhe dá um tapinha na coxa. Xena sorri de volta.

 

XENA

Obrigada.

 

GABRIELLE

Quando quiser. Você está pensando

no que eu estou pensando?

 

XENA

Férias?

 

GABRIELLE

Oh, sim.

 

 

FADE OUT.
 

FIM DO PRÓLOGO

PRIMEIRO ATO

 

 

 

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